O dropshipping facilita a criação e gestão de um negócio de vendas pela internet. Não à toa, muitas pessoas têm se interessado em iniciar um negócio seguindo esse modelo no Brasil. No entanto, antes disso, é importante compreender algumas definições básicas e a forma como ele funciona na prática.
Neste artigo, explicamos o que é dropshipping e como ele funciona no Brasil. Além disso, mostramos as diferenças entre o processo nacional e internacional, bem como as vantagens e desvantagens em cada caso.
Dropshipping é um modelo de negócio
O dropshipping é um modelo de negócio no qual o vendedor comercializa produtos sem mantê-los em estoque próprio. Em vez disso, os produtos permanecem no estoque do fornecedor e são enviados diretamente ao cliente após a compra.Ou seja, nesse modelo, o vendedor não precisa se preocupar com a gestão de estoque nem com o envio dos produtos, reduzindo em muito o seu papel na cadeia logística.
Desse modo, pode dedicar-se melhor à parte comercial, investindo mais tempo e recursos em marketing, atendimento ao cliente e estratégia de vendas. Torna-se assim uma forma prática e rápida de criar uma loja virtual.
Estoque e entrega são realizados diretamente pelo fornecedor no dropshipping
O dropshipping é um modelo utilizado em lojas virtuais. Em um primeiro momento, o vendedor recebe e processa o pedido online. Em seguida, faz a encomenda ao fornecedor, que fica responsável por entregar o produto ao cliente.
Esse processo é facilitado, atualmente, pela existência de diversas ferramentas para dropshipping, como, por exemplo, o plugin Oberlo na loja virtual Shopify, além do Modalyst, Printful ou Printify na Wix Stores.
O termo ‘dropshipping’ vem do inglês e nasceu da união de duas palavras: ‘drop’, que significa ‘largar’, e ‘shipping’, que pode ser traduzida como ‘envio’ ou ‘remessa’.
Portanto, o significado do termo aponta para a principal característica desse modelo: o fato de o vendedor deixar para o fornecedor a tarefa de envio dos produtos para os clientes.
Vantagens incluem baixo custo e flexibilidade
Devido ao seu modelo descentralizado, o dropshipping traz uma série de vantagens para quem quiser atuar nessa área. Podemos destacar, por exemplo:
Lucro baixo é uma das desvantagens
É claro que também há alguns pontos que afastam diversos empreendedores do modelo de dropshipping. As principais desvantagens desse tipo de negócio são:
Para obter uma margem de lucro considerável, é preciso negociar com o fornecedor e saber precificar o produto.
O modelo de dropshipping também exige o máximo de cuidado do vendedor ao escolher fornecedores, bem como um monitoramento eficaz dos tempos de entrega e do feedback dos clientes.
Dropshipping nacional tem limitações
O dropshipping nacional é o modelo de negócio no qual o fornecedor está situado no mesmo país do vendedor – no exemplo que nos interessa, ambos estão no Brasil.
O dropshipping permite escolher entre diversos produtos
Atualmente, o mercado brasileiro não conta com muitas opções para dropshipping nacional, em comparação com a grande quantidade de fornecedores no exterior.
No entanto, já é possível encontrar fornecedores especializados no Brasil. Exemplos disso são o MixBarato, especializado em roupas, a Importados de Grife, especializada em produtos de alto padrão, e a Ponto Mix Import, com foco em produtos eletrônicos.
Vantagens
O prazo de entrega menor, que tende a favorecer as vendas e reduz o risco de atrasos.
Outro benefício é a maior facilidade para negociar com o fornecedor e estabelecer com ele uma relação de confiança, devido à proximidade geográfica, ausência da barreira do idioma e facilidades do ponto de vista legal.
Por fim, o vendedor tem um controle melhor sobre a qualidade do produto.
Desvantagens
Menor número de fornecedores no mercado interno. Nesse contexto, o vendedor tende a encontrar uma variedade menor de produtos.
Além disso, devido à baixa concorrência interna, os preços podem ficar acima dos praticados por fornecedores estrangeiros.
Fornecedores podem ser de outros países
O dropshipping internacional, por outro lado, é o modelo de negócio no qual o fornecedor e o vendedor não estão no mesmo país. Ou seja, neste caso, o produto é vendido em um país, mas remetido de outro.
Os primeiros vendedores de dropshipping no Brasil utilizavam apenas fornecedores estrangeiros, principalmente da China. Afinal, como este modelo de negócio nasceu fora do país, só mais tarde surgiram os primeiros fornecedores locais. Ainda hoje, o dropshipping internacional é o método mais utilizado.
Vantagens
Imensa oferta de fornecedores experientes em diferentes países, o que proporciona uma maior variedade de produtos e preços mais favoráveis. Muitos fornecedores obtêm ganhos de escala consideráveis ao trabalhar com um grande número de revendedores. A maior concorrência também tende a achatar os preços.
Desvantagens
Prazos de entrega, custos alfandegários e oscilações do câmbio.
Além disso, o vendedor costuma enfrentar uma dificuldade maior na negociação com o fornecedor e no controle de qualidade do produto.
É legal no Brasil?
O dropshipping é totalmente legal no Brasil. Apesar de ser um modelo de negócio relativamente novo e de não contar com uma regulação específica, este pode ser exercido sem qualquer problema, obedecendo a uma série de regras comuns a outras atividades comerciais.
Obviamente, é necessário formalizar o negócio – ou seja, ter um CNPJ. O dropshipping é considerado uma forma de intermediação de negócios. Nesse sentido, você deve selecionar a atividade de Comissária de Despachos (5250-8/01) conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Então, você precisará cumprir as obrigações relativas à venda de produtos nacionais e internacionais. Isso inclui, claro, o pagamento de todos os impostos referentes à atividade. Além disso, é preciso deixar claro para os clientes que a venda ocorre na modalidade dropshipping – ou seja, que eles receberão o produto de um terceiro.