O cenário globalizado atual exige que empresas de todos os portes, incluindo micro e pequenos negócios, realizem transações internacionais se quiserem conquistar novos mercados.

No entanto, operações internacionais podem ser complexas e caras, criando desafios financeiros significativos para quem tem faturamento baixo.

Neste artigo, exploraremos o SWIFT, um sistema de pagamentos internacionais amplamente utilizado e analisaremos o seu impacto financeiro entre os pequenos negócios que desejam usá-los para receber valores do exterior.

Entenda o SWIFT

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SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é um sistema financeiro criado com o objetivo de facilitar a realização de transações internacionais.

Ele opera globalmente, fornecendo códigos padronizados que identificam remetentes e destinatários. E são esses códigos que agilizam a comunicação entre instituições financeiras em diferentes países e moedas.

Assim, no final das contas, uma transferência SWIFT nada mais é que uma transferência bancária que usa o código pré-determinado pela SWIFT para idenficar a instituição financeira O também chamado código BIC). Neste sentido, ele difere-se do IBAN, o qual identifica a conta corrente.

SWIFT é útil, mas o custo pode ser alto e imprevisível

O SWIFT foi originalmente concebido para facilitar transações internacionais em escala global. Atualmente, ele conecta mais de 11,5 mil instituições financeiras distribúidas em mais de 200 países (dados oficiais em inglês). Mas isso não quer dizer que ele atenda apenas a grandes importadores e exportadores.

Empresas e empreendedores brasileiros de qualquer porte que estejam, de alguma forma, envolvidos em comércio exterior, podem se beneficiar da infraestrutura segura e consolidada do SWIFT. Ele pode ser usado mesmo por quem não vende ou recebe pagamentos do exterior com frequência.

Mas, por ser um tipo de transferência internacional, as transferências SWIFT costumam ser pesadas no bolso do brasileiro, já que envolve diversas taxas, tarifas e impostos.

Swift

SWIFT realiza transações em várias moedas

Os custos de transações realizadas via SWIFT variam de acordo com o montante, o tipo de moeda envolvida e também outros fatores, como as taxas e tarifas do serviço utilizado.

Por exemplo, a Caixa cobra tarifa de emissão de SWIFT de R$ 40. Mas isso não é tudo. O empreendedor também poderá ter que pagar:

  • 1% do valor da transação pela conversão da moeda estrangeira em reais (mínimo US$ 30 e máximo US$ 120).
  • 0,38% IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
  • R$ 100 (transferência) e R$ 50 (devolução) deduzidos do valor da ordem de pagamento.
  • Taxa de câmbio praticada no dia em que o valor for disponibilizado em sua conta.

Além disso, um contrato de câmbio deve ser assinado nas operações acima de US$ 10 mil. E considere ainda possíveis perdas e imprevistos por conta do tempo de transferência.

Os pagamentos via SWIFT podem levar de 2 a 5 dias úteis para ser liberado. E o tempo de espera pode crescer ainda mais considerando as diferenças de fuso horário entre o país remetente e o país de destino. Com isso, pode ser difícil prever qual o valor final antes da finalização do processo, por conta de possíveis flutuações cambiais.

Ainda que essas diferenças possam não ser grande, elas podem criar dificuldades para micro e pequenos empreendedores. Com fluxo de caixa e reservas financeiras mínimas (ou inexistentes), qualquer centavo pode ter um impacto significativo.

Há alternativas são mais baratas

Como dito, redução dos custos de transações internacionais pode ter um impacto significativo na lucratividade e crescimento de micro e pequenos negócios. Pagando taxas mais baixas, empresas de menor porte podem reinvestir o valor economizado em outros aspectos do negócio, como marketing e desenvolvimento de produtos.

A boa notícia é que, além do SWIFT bancário, existem outras formas de realizar transferências internacionais. E o destaque neste quesito são as carteiras digitais, como PayPal, Remessa Online e Wise.

Com elas, as taxas e tarifas são menores na comparação com as dos bancos tradicionais. E é possível ter uma ideia bem clara do custo final na própria tela do aplicativo.

Imagem: © Mobile Transaction

Tela com taxas e tarifas de transferência com a Wise de euro para reais

O aplicativo Wise informa valores de imediato

Este tipo de instituição financeira, já bem conhecida pelos brasileiros, também permite enviar e receber pagamentos internacionais a custo baixo e até diretamente pelo smartphone ou tablet. A Wise, por exemplo, realiza pagamentos SWIFT nestes casos de envio:

  • Dólares para fora dos Estados Unidos.
  • Libras esterlinas para fora do Reino Unido.
  • Mais de 1 milhão de ienes para qualquer país.
  • Euro para bancos ou países que não façam parte da zona SEPA.

Outra opção são as contas digitais. Só que as soluções mais conhecidas atualmente (Nomad Global, C6 Global e Revolut) não permitem o uso para receber e enviar dinheiro referente à venda de produtos ou serviços.

Já quem quer receber pagamentos estrangeiros por meio de um checkout de loja virtual tem como alternativa o Stripe. Este pode ser integrado diretamente ou usado em uma plataforma terceirizada como Shopify e Weebly.

Recomendações para pequenos negócios

  • Pesquise e compare opções de pagamento internacional com base nas necessidades específicas do seu negócio, volume de transações e saúde financeira.

  • Considere o uso de soluções digitais ou agregadores de pagamento, como carteiras digitais e checkouts para loja virtual, para ter acesso a tarifas mais competitivas e processos simplificados.

  • Analise o custo-benefício de soluções como o SWIFT para transações internacionais de valores mais altos, os quais também exigem maior segurança.

  • Busque orientação de instituições financeiras ou consultores especializados para otimizar as suas estratégias de pagamento internacional.