A evolução do mercado de criptomoedas e a chega do Pix trouxe de volta a discussão sobre o dinheiro digital. Mas, na verdade, esse conceito existe desde que os sistemas de pagamento tornaram-se online.
Ou seja, o dinheiro digital é aquele que é armazenados digitalmente, diferentemente de moedas e notas físicas (dinheiro). Isso inclui o dinheiro em sua conta corrente ou poupança, em cartões de crédito ou débito e todas as criptomoedas disponíveis hoje.
Outros termos usados para falar da mesma coisa são moeda virtual ou digital, dinheiro eletrônico ou mesmo o saldo da sua conta.
Veja a seguir como o dinheiro digital funciona, os diferentes tipos e como ele difere do dinheiro físico.
Dinheiro físico é apenas pelo Banco Central
Dinheiro digital é um termo amplo que abrange todas as formas de moeda não física usadas online ou em dispositivos eletrônicos. Se você precisar, um cartão de débito ou pré-pago permite convertê-lo em dinheiro vivo (fiduciário) por meio de uma retirada no caixa eletrônico.
O dinheiro fiduciário (como moedas e notas) é dinheiro controlado no Brasil pelo Banco Central, e produzido por meio da Casa da Moeda. Ele não é apoiado por ouro ou outra mercadoria física para provar seu valor. Em vez disso, o governo regula seu valor controlando sua oferta e, portanto, a inflação.
Algumas notas e moedas emitidas pelo governo também podem ser classificadas como moeda legal que, por lei, é suficiente para liquidar a dívida naquele país. O dinheiro digital, por outro lado, não se qualifica como moeda legal, embora seja uma moeda legal na maioria dos casos.
O brasileiro ainda tem uma preferência por dinheiro vivo, mas esta vem diminuindo desde a pandemia, já que o papel pode transmitir este e outros vírus e bactérias. E receber pagamento em espécie pode acabar saindo mais caro para o empreendedor.
Dinheiro digital está presente no dia a dia
A maioria das pessoas usa dinheiro digital rotineiramente sem perceber. Os sistemas bancários e de pagamento atuais funcionam pela internet, independentemente de a transação ocorrer em um banco, aplicativo para celular ou navegador da internet.
Mesmo as máquinas de cartão nas lojas precisam de Wi-Fi, rede móvel, banda larga com fio ou outro tipo de conexão à internet para processar o pagamento feito com cartão plástico.
Isso significa que os seguintes produtos usam dinheiro digitalmente para realizar transações:
Cartões de crédito, débito e pré-pagos (veja a diferença)
Carteiras digitais, como PayPal
Contas digitais, como aquelas das maquininhas de cartão
O sistema de pagamentos instantâneos Pix
Contas bancárias corrente ou poupança com acesso a internet banking
O dinheiro armazenado nessas contas, carteiras digitais e cartões é parte de um sistema de pagamento global. Este garante que ninguém gaste o mesmo dinheiro mais de uma vez e que a quantia correta de dinheiro pertença à pessoa certa em todos os momentos.
Consequentemente, o dinheiro digital é mais como um sistema de contabilidade entre bancos, emissores de cartões e redes de cartões como Visa e Mastercard, com uma série de autorizações e mensagens navegando entre eles quando uma transação ocorre.
Isso resulta em um débito na conta do pagador e crédito para o destinatário cada vez que o dinheiro é movido por meio de uma transação com cartão, transferência bancária, débito direto ou outro tipo de transação.
Portanto, o dinheiro não é movido fisicamente como um pacote enviado pela internet. As transações digitais, como descritas acima, são mais como entradas de contas, continuamente atualizadas por meio de bancos de dados centralizados quando o dinheiro é gasto ou recebido.
Há vários tipos
À medida que as tecnologias avançaram, o mesmo aconteceu com a variedade de maneiras pelas quais o dinheiro virtual é emitido, armazenado e validado.
Alguns tipos moedas digitais operando dentro ou fora dos sistemas bancários tradicionais são os seguintes:
Dinheiro em conta corrente, lastreado por regulamentações que devem ser seguidos pelo banco ou instituição de moeda eletrônica.
Moedas virtuais de emissão privada para uso em um sistema fechado (por exemplo, tokens de jogos) ou entre plataformas (ou seja, permutáveis com outras moedas).
Moedas digitais emitidas por um governo (CBDC) com um código identificável, como dinheiro fiduciário (notas e moedas) com um número de série. No Brasil, o Banco Central está estudando a criação do Real Digital.
Criptomoedas e tokens não fungíveis (NFTs) existentes em uma blockchain usando algoritmos de computador para verificar, registrar e criptografar transações.
NFTs e criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, não estão vinculados centralmente a bancos. Em vez disso, eles são registrados em “blocos” de dados de transações criptograficamente vinculados (daí o blockchain) e armazenados em redes e servidores de computadores privados e descentralizados.
O valor de muitas criptomoedas pode ser errático e imprevisível, exceto stablecoins que se alinham com moedas tradicionais, mas sem a governança central de bancos ou outra autoridade. Mas é possível receber pagamentos por bitcoins e outras criptomoedas, inclusive por maquininhas de cartão como a solução do Bancryp.
Enquanto uma criptomoeda como o Bitcoin é fungível – ou seja, todos os Bitcoins são iguais – um token não fungível tem um identificador único para que não possa ser copiado, substituído ou dividido – ou seja, algo parecido com os identificadores de notas falsas. Um NFT geralmente é comprado para reivindicar a propriedade de ativos digitais, como obras de arte ou videoclipes online.