Respondendo diretamente à pergunta do título, o pagamento com cartão de tarja é menos seguro do que a opção chip e, por isso, cria mais riscos de fraude nos pagamentos.

Assim, algumas empresas fornecedoras de máquinas de cartão cobram mais quando a tarja é utilizada.

Mas, vamos aos detalhes para entender isso melhor.

Tarja magnética continua em uso

Você já deve ter percebido que os terminais POS, mesmo os mais novos, ainda possuem o leitor de tarja magnética.

E você já prestou mais atenção no seu cartão e viu que além do chip, a tarja magnética ainda é presente. Mas por que há duas tecnologias (tarja e chip) nos cartões de crédito/débito?

Frente e verso de um cartão com tecnologia chip, tarja magnética e contactless em fundo azul

Cartões hoje contam com as duas tecnologias: chip e tarja

As operadoras de cartão não tiraram a tarja magnética porque sabem que, em alguns momentos, o leitor de chip pode falhar. Nessa situação, para não perder a venda, você pode utilizar a velha modalidade: tarja magnética.

Segurança não é a mesma entre tarja magnética e chip

O chip será sempre a primeira opção de pagamento por uma razão muito simples: segurança. Por ser um microprocessador, ele tem os seguintes diferenciais em comparação com a tarja magnética:

  • Capacidade de armazenamento de dados muito superior

  • Capacidade de criptografar dados, exigindo equipamentos POS que tenham aplicativos específicos para decifrá-los

  • Obrigatoriedade da digitação de um código de segurança (ou sua senha) para confirmar o pagamento

Já a tarja magnética contém todas as informações para realizar os pagamentos em três trilhas de dados. Cada uma destas é composta de minúsculas barras magnetizadas, e um código binário, que é interpretado pelo aplicativo da máquina de cartão ou sistema PDV.

Para confirmar o pagamento, o cliente assina o comprovante do estabelecimento emitido pelo POS. Apenas assina! Essa opção de assinatura é muito vulnerável e pode ser fraudada facilmente.

Devido à eficiência do chip, as fraudes com este tipo de cartão são mais difíceis, pois há diversas verificações que são checadas no momento da transação, antes que a operadora libere o pagamento.

Pin on Glass: Melhor que chip e senha?

Então, por que os Estados Unidos usavam tarja até pouco tempo atrás?

Os Estados Unidos era o único país entre os mais ricos que ainda usava cartão de crédito com tarja magnética, só tendo começado a mudança para a tecnologia com chip em 2015 – e a assinatura só começou a sair de uso em 2018.

Por utilizarem a tarja magnética, eles tinham muitos problemas com fraudes ao receber cartão. Mas, ainda assim, essa tecnologia continua a ser usada.

Essa demora deve-se a duas razões principais. A primeira é que, na década de 1990, as empresas de cartão de crédito americanas melhoraram a tecnologia para detectar compras potencialmente fraudulentas feitas com cartão de tarja. E estas eram canceladas no momento da venda com maior frequência.

Cartões presos em cadeado

Chip oferece maior segurança contra fraudes

A segunda razão é reguladora. Na Europa, assim como no Brasil, as empresas de cartão de crédito são as responsáveis por pagar o prejuízo causado por fraudes.

Já nos Estados Unidos, as empresas de cartão de crédito têm normas mais flexíveis e podem repassar os custos causados por fraudes aos varejistas e, até mesmo para os consumidores. Assim, não tinham incentivos para investir na tecnologia com chip.

Mas como os varejistas estavam pagando parte dessa conta, grandes redes como Target, Walgreens e Walmart pressionaram as operadoras para investir na mudança para a tecnologia com chip.

A razão pela qual a taxa é mais alta para tarja magnética

Voltando ao Brasil e à nossa questão inicial, como a tarja magnética é menos segura e, consequentemente, oferece um risco maior de fraudes, algumas empresas de maquininhas de cartão adotam uma taxa MDR diferente e mais alta para transações desse tipo.

Outras também não antecipam para prazos curtos o saldo das vendas recebidas com tarja, como é o caso do PagSeguro.

Essa é uma maneira de se protegerem contra prejuízos futuros, caso o consumidor venha a pedir estorno da venda, alegando que o cartão foi roubado ou clonado, por exemplo.

Tarja Magnética

  • Menor segurança

  • Risco de fraude

  • Taxas mais altas

Mas não são todas que fazem isso. Algumas empresas mantêm o mesmo custo, além de permitir a antecipação do saldo em conta para vendas feitas tanto com tarja magnética quanto chip.

Por outro lado, algumas maquininhas de cartão não passam tarja. Por isso, verifique isso antes de comprar ou contratar, caso você prefira ou precise receber vendas com cartão de tarja.

Informe-se antes de contratar

Antes de contratar o serviço de cartão de crédito/débito para seu estabelecimento, procure sempre se informar sobre as diferentes taxas nas transações com tarja magnética e chip, para não ter surpresas no futuro.

Quanto mais informações você tiver, mais lucrativa será a utilização da sua maquininha de cartão.

Saiba mais sobre a tecnologia chip e senha.