Os bancos digitais surgiram no Brasil há apenas três anos, após regulamentação do Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016.
Mas o que eles são e em que eles diferem do banco tradicional que você já conhece? Vejas as respostas a seguir.
O que é um banco digital?
Os bancos digitais nasceram como fintechs (entenda o que é), ou seja, startups que trazem inovação tecnológica ao sistema financeiro. Eles também são chamados de neobanks.
A suas principais características são as seguintes:
Apesar dessas diferenças, todos os serviços essenciais estão presentes: fazer e receber pagamentos e transferências, compensar um cheque, pagar contas, usar um cartão de crédito de conta digital.
É seguro?
Os bancos digitais são tão seguros quanto os aplicativos e o internet banking dos demais bancos. Porém o cliente, ao utilizar um ambiente virtual para movimentar valores, deve se cercar de alguns cuidados, como não utilizar redes de Wi-Fi públicas e manter o antivírus e o sistema operacional do celular atualizados.
Normalmente, os bancos digitais enviam uma notificação imediatamente após a realização de uma compra. E isso auxilia o usuário a detectar fraudes rapidamente. Esse mecanismo segue um sistema próprio, independente do das contas digitais de máquinas de cartão.
Em que eles diferem de um banco tradicional?
Existem várias diferenças entre o banco digital e o tradicional. A principal delas é o fato de todas as operações, inclusive abrir e encerrar conta, serem realizadas digitalmente. Além disso:
O Banco Inter é o único a oferecer, atualmente, todas as funcionalidades de um banco tradicional, com exceção das agências. Muitos bancos tradicionais também contam com contas digitais, mas é importante saber que nem todas são mesmo contas digitais, apenas internet banking via app – conheça as contas digitais de banco tradicional.
Banco digital também tem conta jurídica
Quando iniciaram as suas operações no país, os bancos digitais só podiam oferecer contas para pessoas físicas. Alguns deles – como Nubank, Next e Agibank – continuam atendendo somente a este perfil de usuário.
Desde 2018, esses bancos foram autorizados a oferecer contas para empresas. Para estas, eles também isentam as tarifas de abertura e movimentação. Transferências para outros bancos, emissão de boleto e saques, quando tarifados, têm valores bem mais baixos que os cobrados pelos bancos tradicionais.
A lista de documentos necessários para abrir a conta é bem mais simples que a dos bancos tradicionais. Na maioria das vezes, são exigidos apenas RG, CPF ou CNPJ, contrato social, ou registro de MEI.
Bancos digitais em operação no Brasil
Apesar de ser a fintech mais conhecida, o Nubank não foi o primeiro banco digital do Brasil. Quando surgiu, em 2016, ele oferecia apenas um cartão de crédito internacional sem anuidade. A base de clientes saltou rapidamente e, no final de 2017, o Nubank passou a oferecer a NuConta, tornando-se então um banco digital.
As primeiras contas digitais no mercado financeiro do Brasil foram as dos bancos Original, Neon e Inter. As duas primeiras instituições pertencem a grandes grupos econômicos: J&F (Original) e Banco Votorantim (Neon).
O banco Inter nasceu no mundo físico. Ele foi uma financeira, um banco de crédito e depois um banco de serviços múltiplos, até se tornar 100% digital. Este também foi o caminho seguido pelo Agibank, que anteriormente se chamava Agiplan.
Como o CMN só autorizou os bancos digitais em 2016, foi mais fácil para as instituições financeiras já estabelecidas se lançarem neste mercado, uma vez que detinham autorização para operar.
Na corrida dos bancos digitais, algumas instituições financeiras tradicionais optaram por oferecer mais serviços digitais e por um menor preço, como o Banco do Brasil, enquanto outros decidiram lançar novas marcas. É o caso do Bradesco, que lançou o banco Next em 2017.
Cartão Nubank é internacional e sem anuidade
E, como este mercado está em alta, há bancos novatos, como o PagBank do PagSeguro e o C6, este ainda em fase de testes. A Via Varejo, administradora das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, também anunciou o lançamento do banQi. E o Revolut já está desembarcando por aqui.
N26 deve chegar ao Brasil em breve
O enorme mercado consumidor do Brasil, o ótimo desempenho dos bancos digitais locais e a demanda por maior inclusão bancária atraíram a atenção de bancos internacionais.
Por exemplo, espera-se a chegada da maior fintech da Europa ao Brasil, o N26 ainda para 2019.
Os bancos digitais são ideais para pessoas que querem soluções simples e rápidas.
Não se sabe ao certo quais serão os serviços oferecidos por essa instituição no Brasil.
Mas, na maior parte dos países onde opera, o N26 tem uma conta básica gratuita e uma versão business com taxa de manutenção, que oferece como serviços extras saques grátis em qualquer lugar do mundo e seguro da Allianz.
Os bancos digitais internacionais são muito semelhantes aos brasileiros. Os diferenciais de alguns deles são o login com a impressão digital e a possibilidade de transferir dinheiro para outros países com taxas mais baixas que as oferecidas pelos serviços convencionais, especialmente na União Europeia. Alguns deles também permitem saques internacionais gratuitos até determinado valor.
É para todo mundo?
A tecnologia está transformando diversos setores da economia, inclusive o bancário. Cada vez mais as pessoas querem soluções simples e rápidas, desejam ter controle da sua conta bancária e, não menos importante, têm aversão a tarifas consideradas abusivas.
Os bancos digitais também são uma alternativa viável para quem está adaptado a usar aplicativos e o internet banking, e manipula pouco dinheiro em espécie.
Já empresários que trabalham com muitos recebimentos em espécie, usam o banco para outros serviços, como a tomada de crédito, e valorizam o relacionamento com o gerente podem considerar mais vantajoso continuar com uma instituição tradicional.