Os fabricantes de máquinas de cartão (Pax, Ingenico, Verifone e outros) são protagonistas indiscutíveis no cenário econômico atual. As suas soluções de pagamento moldam a maneira como os pagamentos são realizados, tendo promovido, desde o início, uma revolução na interação entre consumidores e comerciantes.
Nesse contexto, o mercado brasileiro destaca-se como uma arena de competição feroz. O número de empresas fornecedoras de máquinas de cartão é amplo, e os nomes mais fortes (Cielo, Rede, PagSeguro, Stone, Ton) continuam a competir por espaço diariamente.
Mas estas empresas parecem ter preferência por certos fabricantes, enquanto outras parecem acreditam em modelos próprios ou de desenvolvedores de hardware menos conhecidos.
Neste artigo, mergulhamos na paisagem dos fabricantes de máquinas de cartão que dominam o Brasil, lançando luz sobre os principais players desse campo.
Pax domina entre os fabricantes de máquinas de cartão
O cenário das máquinas de cartão no Brasil é marcado pela presença dominante de marcas que há muito tempo vêm desempenhando um papel crucial na moldagem do cenário de pagamentos eletrônicos. Mas ele tem as suas peculiadades,
A francesa Ingenico e a americana Verifone estão no setor desde o início dos anos 80 e são presença marcante no mercado internacional. Em cidades europeias, é comum ver um modelo de um desses fabricantes em praticamente todas as lojas de varejo de grande porte (saiba mais sobre essas empresas).
Já aqui, no Brasil, elas não são tão prevalentes, mesmo entre os principais fornecedores de máquinas de cartão, como a Cielo e Getnet. Mas ainda são as preferidas da Rede.
Marca | Fabricante |
---|---|
PagSeguro | Pax, SUNMI |
Ton | Pax, Positivo |
InfinitePay | SUNMI |
SumUp | Próprio |
Mercado Pago | Newland, DSpread, Gertec, Pax |
Cielo | Pax, Dejavoo |
Getnet | Ingenico, Pax |
SafraPay | Pax |
Rede | Verifone, Ingenico |
* fabricantes podem variar por marca a qualquer tempo.
Atualmente, como vemos no quadro acima, é a chinesa Pax (análise da empresa) a escolhida pela maioria dos fornecedores para produzir as suas máquinas de cartão distribuídas no Brasil.
Ainda que essa escolha não represente volume, necessariamente, basta observar os modelos oferecidos por empresas que oferecem a compra do aparelho (em vez do aluguel) como PagSeguro, Mercado Pago e Ton. A Pax também foi escolhida pela líder Cielo para os seus modelos Flash e Zip.
No entanto, é importante notar que, embora Pax, Verifone e Ingenico pareçam estar à frente do setor, elas não são as únicas. Há uma diversidade de fabricantes, cada um com sua abordagem única.
Imagem: © Mobile Transaction
Pax fabrica diversas máquinas de cartão, como a Moderninha X PagSeguro PagBank
A chinesa SUNMI, por exemplo, tem despertado o interesse dos fornecedores de máquinas de cartão inteligentes, tendo sido escolhida pela InfinitePay (InfiniteSmart), PagSeguro (Moderninha Smart 2) e Vindi (Smart Vindi) para fabricar as suas soluções com sistema Android integrado.
O Mercado Pago parece ter apostado em testar fabricantes de máquinas de cartão diferentes para cada modelo. Com isso, são as chinesas Newland e DSpread, que produzem as suas maquininha Point Mini NFC 1 e Point Air, respectivamente.
E mesmo a Cielo decidiu testar outras opções, e está usando um modelo americano da Dejavoo para a sua máquina touch inteligente Lio On.
Fabricantes de máquinas de cartão brasileiros têm espaço
Mas não são apenas os fabricantes estrangeiros que marcam presença por aqui. A Positivo e Gertec são dois nomes que encontramos entre os principais modelos de máquina de cartão oferecidos no Brasil.
Imagem: © Mercado Pago
Mercado Pago Point Air é fabricada pela brasileira Gertec
A Gertec (saiba mais), por exemplo, foi escolhida pelo Mercado Pago para os seus modelos para médio e alto volume – Point Air e Point Pro 2, respectivamente. Ela também tem sido escolhida por quem busca maquininhas sem chip de empresas alternativas, como as soluções AqPago, Saúde Service e Atacadão Apag.
E a Positivo é a atual produtora do modelo inteligente Ton T3 Smart. Ela também foi a escolhida pela Cielo para outro máquina de cartão smart, a Cielo Lio V2 – mas esta não está à venda no momento. Esta tinha design bastante inovador.
Empresas apostam em produção própria
Por outro lado, algumas empresas apostam na fabricação própria de suas máquinas de cartão. Ainda que a produção em si seja terceirizada, elas desenvolvem um design exclusivo para os seus clientes, buscando atender a necessidades específicas da clientela.
Esta decisão tende a causar o lançamento de modelos diferenciados, com aspecto físico inovador e usabilidade única. E também indica o interesse da empresa em oferecer soluções exclusivas, diferenciando-se no mercado.
Imagem: © Mobile Transaction
Fabricação própria da SumUp Solo garante design diferenciado…e também opção com impressora, apesar do tamanho pequeno e peso leve
Este é o caso da SumUp, cuja SumUp Solo apresenta-se como a menor maquininha de cartão quadrada, pequena, leve, com chip e a possibilidade de incluir uma impressora de recibo – opção que cria o modelo Solo Printer. Até o momento, trata-se do único modelo no Brasil com todas essas funcionalidades combinadas.
Em entrevista ao Mobile Transaction Reino Unido, Amruta Hunnurkar, Head de Marketing de Produto da SumUp, justificou a escolha:
Vimos uma lacuna no mercado de leitores de cartão compactos (…). É por isso que o Solo foi projetado para ser uma maquininha elegante e quadrada.
Embora seja tão pequena, ela tem todos os recursos de que um pequeno comerciante precisa para administrar seus negócios de A a Z e apoia nossa missão de oferecer aos pequenos comerciantes um ecossistema completo de ferramentas necessárias para construir um negócio próspero.
Imagem: © SumUp
Amruta Hunnurkar, Head de Marketing de Produto da SumUp
A Zettle não está mais presente no país, mas ela sempre foi e ainda é marca forte na Europa, oferecendo um modelo com qualidade e design acima da média. O Maquinão Zettle era a única maquininha para celular que suportava volume alto de vendas e possível de ser integrada com sistema PDV avançado.
Vale lembrar que quando essas empresas (e também a Square) entraram no mercado, os fabricantes de máquinas de cartão não contavam com modelos que atendessem às suas estratégias de marketing. Por isso, foi necessário desenvolver produtos próprios.