Se você pretende montar um site e-commerce, é importante conhecer os principais custos envolvidos nesse processo. Assim, será possível tomar as melhores decisões de investimento conforme seus objetivos e o estágio atual do seu negócio.
Os custos de um site e-commerce incluem não apenas o investimento inicial, mas também os gastos fixos com a manutenção do site. Você também terá de arcar com os custos para formalizar e manter sua empresa, caso ainda não tenha um CNPJ.
Todos esses custos podem variar bastante. Afinal, eles irão depender de elementos como:
Neste artigo, explicamos os principais custos de montar um site e-commerce no Brasil em 2021 usando como exemplo uma loja de roupas com base em São Paulo-SP. A partir desse exemplo, é possível estimar os custos de outros negócios de e-commerce.
Formalizando o negócio
Antes de criar seu site e-commerce, você precisará ter sua atividade empresarial regularizada. O primeiro passo para isso é a abertura de uma empresa, o que permitirá a você obter um Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Esse processo traz benefícios importantes, mesmo que gere alguns gastos iniciais e faça você incorrer em alguns custos fixos. Afinal, com um CNPJ ativo, você obtém:
É claro que, se você já tem um CNPJ (por exemplo, por já ter uma loja física), pode pular esta etapa. Caso contrário, vale a pena pesquisar a melhor opção de empresa para o seu tipo de negócio.
No caso de uma loja com faturamento estimado de até R$81 mil por ano, o mais indicado é abrir uma empresa MEI, pois não há custos de abertura nessa categoria. Além disso, ela permite até um funcionário.
É importante considerar o custo de formalização do CNPJ
Após abrir a empresa pelo portal do governo, você terá como custo mensal uma taxa única do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que corresponde a pouco mais de 5% do salário mínimo (entre R$56 e R$60).
Caso não se enquadre como MEI, você terá que se dirigir à Junta Comercial e registrar sua empresa em outra categoria. Neste caso, os custos da criação da empresa podem ficar próximos de R$1 mil em São Paulo-SP, caso você faça tudo sozinho.
Depois, será preciso pagar cerca de R$500 por mês para um escritório de contabilidade tradicional ou a partir de R$100 por serviços contábeis online. Já os impostos serão cobrados sobre os seus lucros.
Preparando o conteúdo da loja
Como vimos, no caso de uma loja de roupas registrada como MEI, os custos de formalização da empresa serão baixos. Você não pagará para obter seu CNPJ e terá uma despesa fixa de apenas R$56 por mês (valor atual para empresas no ramo do comércio). No entanto, as coisas mudam de figura na hora de montar sua loja.
Mesmo antes de criar seu site e-commerce, você precisará se preocupar com o que irá colocar nele. Ao vendermos roupas, por exemplo, iremos preferir fotos tiradas por um fotógrafo profissional. Em São Paulo, espere gastar:
Outra despesa frequente de quem monta um site e-commerce diz respeito à sua identidade visual. Serviços desse tipo podem incluir apenas a criação de um logotipo, pelo que um profissional de design irá cobrar a partir de R$600.
Você também pode optar por pacotes mais completos, que incluam o site inteiro, arte para posts em mídias sociais e até mesmo embalagens para os produtos, com custos variados.
Imagens de qualidade é algo em que você deve investir
Você ainda poderá contratar um redator para escrever o texto do seu site, incluindo os textos da home page e as descrições de produtos, entre outros elementos. Nesse caso, o ideal é orçar um valor fechado pelo conteúdo ou um preço por palavra.
Criando e mantendo um site e-commerce
É claro que muitos dos gastos listados até aqui são opcionais. Por exemplo, nós podemos montar nossa loja de roupas apenas com imagens de divulgação dos fornecedores. Alternativamente, podemos tirar nós mesmos as fotos.
Quanto à identidade visual, podemos usar uma ferramenta de criação de logos da própria plataforma de e-commerce. Tudo depende do quanto achamos que vale a pena investir nesses aspectos.
Em relação à criação do site, também é possível optar por planos gratuitos e versões pagas em diferentes plataformas. A seguir, veremos algumas das melhores opções para criar e manter um site e-commerce.
Site do zero com WordPress + WooCommerce
Uma das opções mais comuns para montar um site e-commerce é criá-lo do zero com o WordPress. Graças ao WooCommerce, um plugin de código aberto do WordPress, você poderá ter uma loja com aparência profissional e com uma boa flexibilidade na hora de escolher o design e outros recursos do site.
WooCommerce para WordPress oferece temas gratuitos
O WordPress e o WooCommerce podem ser usados sem custos, mas limitados às suas funcionalidades básicas, que também incluem um tema gratuito. Você terá que pagar para ter acesso a temas premium ou se quiser contratar um designer.
Os temas premium do WooCommerce custam a partir de US$25 por ano – cerca de R$130 pelo câmbio atual. Já um web designer cobrará a partir de R$1.500 para criar um site no WordPress.
Outros custos relativos ao site incluem:
O certificado SSL é essencial para quem pretende aceitar pagamentos online. A boa notícia é que, na contratação de um provedor de hospedagem, costuma ser possível, também, adquirir o SSL por um valor mais baixo. Muitos dos principais provedores oferecem o certificado – e também um domínio – de forma gratuita em alguns de seus planos.
Por fim, para receber pagamentos em seu site, você poderá contar com diferentes plugins para checkout no WooCommerce. Confira alguns dos métodos mais conhecidos e as taxas que eles cobram por cada transação no cartão de crédito:
As taxas podem variar para pagamentos com boleto bancário (aceito no PagSeguro e no Mercado Pago), para adiantar valores ou para parcelar pagamentos no cartão de crédito, entre outros cenários.
Então, antes de escolher uma opção de checkout para a sua loja, é recomendável analisar as preferências de pagamento dos seus clientes e qual aplicação oferece as melhores taxas caso a caso.
Site criado em uma plataforma de e-commerce
Se você prefere uma solução mais prática para a criação da sua loja, pode optar por criá-la em uma plataforma especializada em sites de e-commerce. Neste caso, você poderá perder um pouco da flexibilidade que teria ao criar um site do zero no WordPress, mas resolverá tudo de forma mais rápida e contará com ferramentas especiais para vendas online.
Os custos, claro, também serão bem diferentes. A seguir, mostramos quanto você irá gastar para criar e manter um site no Wix e no Shopify, as plataformas mais populares para lojas online hoje em dia.
Wix
O Wix é uma das plataformas mais populares para a criação de sites de e-commerce. Sua principal vantagem, como ocorre com outros produtos do gênero, é reunir tudo o que o usuário precisa para criar uma loja online.
Isso pode incluir desde a hospedagem e o registro do domínio até a ferramenta de criação do site, serviço de pagamento integrado e muito mais, conforme o plano selecionado.
Wix é fácil de usar e cria sites profissionais
Ou seja, ao optar pelo Wix em detrimento do WordPress com WooCommerce, você irá reunir diversos custos fixos em uma só conta.
É possível até mesmo criar e manter um site gratuitamente, mas sem ter direito a um domínio próprio ou a aceitar pagamentos online. Além disso, o site exibirá propaganda do Wix e terá algumas limitações em relação ao armazenamento.
Para criar um site e-commerce mais profissional, recomenda-se optar, no mínimo, pelo plano Básico, que custa R$13 por mês e inclui:
Quanto aos meios de pagamento disponíveis, o Wix funciona com PayPal, Mercado Pago e PagSeguro. As únicas taxas cobradas são as comissões dos próprios provedores (as mesmas cobradas no WooCommerce). Outra opção é o Wix Pagamentos, cuja taxa por transação no cartão de crédito é de 3,7% + R$0,30 (inferior à das demais opções).
Shopify
O Shopify é uma plataforma de criação de sites com foco no e-commerce. Isso o diferencia do Wix, que pode ser usado para criar outros tipos de sites, e não apenas lojas virtuais. Por isso, mesmo que os recursos oferecidos para os usuários sejam parecidos com os do Wix, o Shopify tem ferramentas e integrações mais avançadas que as do seu concorrente.
Por exemplo, o Shopify permite não apenas importar lojas para o seu sistema, mas também o contrário: exportar um site e-commerce criado em sua plataforma. Essa opção não está presente no Wix, o que restringe a liberdade do usuário.
A loja de temas Shopify tem opções pagas e grátis
Por outro lado, diferentemente do Wix, o Shopify não tem versão grátis. Os usuários podem até usar a plataforma por 14 dias sem pagar nada, mas depois disso precisam escolher um dos planos da empresa.
O plano Basic Shopify, que é o mais barato, custa US$29 por mês (cerca de R$160 pelo câmbio atual), enquanto os planos Shopify e Advanced Shopify custam, respectivamente, US$79 (R$435) e US$299 (R$1.650).
Para criar um site e-commerce como o do exemplo que estamos usando neste artigo (uma loja pequena de roupas), o plano Basic é mais do que suficiente. Afinal, ele oferece:
Um ponto negativo é que há uma taxa por transação cobrada pelo próprio Shopify, cujo percentual é diferente conforme o plano. No plano Basic Shopify, por exemplo, ele é de 2%. A essa cobrança, soma-se o custo do gateway de pagamento que for integrado à sua loja. Atualmente, o Shopify permite integrações com Mercado Pago, PagSeguro, PayPal e diversos outros gateways populares.
Outros custos: entregas, marketing e mais
Já falamos sobre as principais despesas para abrir uma empresa e montar um site e-commerce completo, além dos custos para manter o negócio ativo. No entanto, há outros gastos que você deverá planejar bem antes de começar a vender.
Por exemplo, independentemente da plataforma ou da ferramenta que você decidir usar para criar seu site, também será necessário pensar nos custos para realizar a entrega dos produtos.
O custo de entrega é algo importante a considerar no seu cálculo
Na maioria dos casos, o vendedor repassa o custo de entrega para o comprador, mas em todo caso é importante pesquisar bem para encontrar um sistema confiável e com um preço atraente. Além disso, oferecer frete grátis pode ser um atrativo para os clientes.
As principais opções de entrega incluem:
Entregas pelos Correios costumam ser a opção mais barata, mas os custos podem variar bastante dependendo do tipo de produto enviado e da quantidade comercializada. Atualmente, é possível contratar os Correios e contar com uma logística facilitada no envio de encomendas.
Empresas privadas também podem ser competitivas no quesito preço, além de ser interessante oferecer mais de uma opção de entrega aos compradores. Já as opções de retirada no local e entrega própria são atraentes para quem mora na mesma cidade do vendedor.
Outros custos normalmente relacionados a um site e-commerce incluem:
Um investimento eficaz em marketing atrai mais visitantes a uma loja e tende a aumentar as vendas. Portanto, costuma valer a pena investir em ações para aumentar o tráfego, seja ele orgânico ou pago.
Qual o custo total de um site ecommerce?
Como vimos, há muitos cenários e modelos possíveis para quem deseja montar um site ecommerce. Portanto, o custo total irá variar muito, conforme o tamanho do seu negócio, o tipo de produto que você deseja vender e suas decisões de investimento.
Para dar uma ideia do quanto se pode gastar em um site ecommerce, usamos neste artigo o exemplo de uma loja de roupas de pequeno porte com base em São Paulo capital. A seguir, exibimos uma estimativa de custos levando em conta dois orçamentos diferentes.
Cenário 1
Pensando em uma loja com receita modesta e orçamento baixo, podemos considerar estes custos na abertura:
Já os custos mensais fixos serão os seguintes:
Em nosso exemplo, optamos pelo Mercado Pago, cuja taxa para transações no cartão é de 3,99% sobre cada venda. Já o custo de cada entrega será repassado integralmente ao comprador.
Cenário 2
E se tivermos uma expectativa maior em relação à loja? Caso estejamos esperando um grande volume de vendas, pode fazer mais sentido criar o site em uma plataforma especializada e, em geral, investir mais no negócio.
Os custos de criação de uma loja de roupas com receita significativa e um poder maior de investimento, podem incluir:
Caso optemos pelo plano mais simples do Shopify, a loja terá estes custos mensais fixos:
Quanto aos custos variáveis, eles incluem, neste cenário, os impostos pelo Simples Nacional. No caso da venda de roupas novas no varejo, esse custo será de 4% da receita, conforme o enquadramento atual (com faturamento até R$180.000 ao ano).
Além disso, será preciso pagar a taxa do próprio Shopify sobre a vendas, que é de 2% no plano Basic, e do gateway de pagamento (vamos optar novamente pelo Mercado Pago, a 3,99%).
O que temos no final, portanto, é um investimento inicial de R$2.600 e um custo fixo mensal de R$163. Além disso, 9,99% do seu faturamento será destinado ao pagamento de impostos, da taxa do Shopify e da taxa do Mercado Pago.Ou seja, essa opção só vale a pena para quem espera uma receita elevada e pretende contar com serviços premium. Inclusive, porque esse valor ainda não inclui despesas com entregas e marketing.
É claro que, em ambos os cenários, também não estamos considerando o tempo que você precisará dedicar para, por exemplo, montar o site ou cuidar das entregas com as próprias mãos.
