Você pode estar se perguntando o que fazer com uma maquininha de cartão que não está mais sendo usada para receber pagamentos. Ela pode ter quebrado, parado de funcionar, ficar desatualizadas ou ser engavetadas quando não se precisa mais delas.

Você não pode simplesmente jogá-lo no lixo, certo? Será que ela pode ser usada por outra pessoa? Ela armazena dados que precisam ser apagados?

Veja a seguir o que fazer nesse caso de forma segura e ecologicamente correta e ate´, quem sabe, ter um retorno financeiro.

Pergunte ao fornecedor da maquininha fora de uso

Em primeiro lugar, você deve descobrir o que o fornecedor do produto tem a dizer sobre o que fazer com uma maquininha de cartão fora de uso, porque eles podem:

  • Exigir estritamente que você faça a devolução
  • Indicar outros esquemas adequados
  • Ter seu próprio esquema de reciclagem

A Getnet, por exemplo, oferece a Get Renova, o modelo com bobina de segunda mão que pode ser comprada por um preço acessível após passar pelo controle de qualidade e um processo de verificação.

Se a sua maquininha é parte de um contrato de aluguel, é bem provável que seja exigida a devolução da mesma no final do período do contrato. Isto porque, no aluguel, você não é dono do equipamento.

Get Renova

Get Renova é feita a partir de maquininhas recicladas

Nesses casos, a não devolução pode resultar na aplicação de uma taxa pela quebra de contrato. E pode ser no seu próprio interesse fazer isso pois você pode estar pagando pela inatividade.

Mas, mesmo se você for o proprietário da maquininha por tê-la comprado, o fornecedor pode facilitar a coleta da mesma ou enviá-la para reciclagem. Ou pode sugerir a você como fazer a reciclagem.

Vale lembrar ainda que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e o Decreto Federal 10.240/2020 determinam que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem participar ativamente do cuidado ao descarte de aparelhos eletrônicos. Por exemplo,

Pelo decreto, as empresas devem, gradualmente, até 2025, instalar PEVs nas 400 maiores cidades do Brasil e coletar e destinar o equivalente em peso a 17% dos produtos colocados no mercado em 2018, ano definido como base.

Recicle como lixo eletrônico

As maquinetas de cartão que não podem mais ser usadas ou consertadas podem ser consideradas como lixo eletrônico. Por isso, devem ser descartadas da mesma forma que você faria com um computador ou celular.

Nenhum lixo eletrônico deve ir para a lixeira comum. Os metais e substâncias tóxicas do dispositivo podem poluir o solo e infiltrar-se nas águas subterrâneas. Se ela for para o aterro comum, também é uma oportunidade perdida de reciclar as peças preciosas que podem ser reutilizadas em novos dispositivos.

Lixo eletrônico no aterro sanitário

Brasil recicla apenas 3% do lixo eletrônico

Segundo dados da pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil – 2021 da GreenEletron, o Brasil é, atualmente, o quinto maior gerador de resíduos eletrônicos no mundo, mas possui uma taxa muito baixa de reciclagem (menos de 3%).

A mesma pesquisa revelou que 25% da população nunca levou seus resíduos eletrônicos até um PEV, mas informa que essa percentagem cresce quanto esses pontos estão próximos a residência.

Infelizmente, ainda são poucos os pontos de entrega voluntária (PEV) de lixo eletrônico no Brasil, mas é  bem possível que haja uma cooperativa em sua área que tenha interesse em fazer a coleta por você. Você também pode pesquisar os pontos de recebimento no site da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree).

Você também pode vender ou doar

Se a sua maquininha for de sua propriedade e ainda está funcionando, apesar de antiga, você pode considerar doá-la ou vendê-la. Muitas pessoas ficam felizes em adquirir uma maquininha usada. A maioria das empresas fornecedoras do equipamento permite que você faça isso sem problemas.

E, segundo a pesquisa da GreenEletron mencionada anteriormente, 43% dos entrevistados dizem procurar doar os itens em boas condições de uso e 30% os vendem.

Para fazer isso de forma segura, entre em contato com o fornecedor e explique a sua intenção. Eles vão esclarecer para você se isso é permitido. Se for, informe-se como a transferência do serviço deve ser feito para o novo dono.

Mãos recebendo maquininha de cartão

Repassar a maquininha é um processo simples

Via de regra, o processo de transferência é simples, bastando contatar o suporte para desvincular o aparelho do seu CPF ou CNPJ e passá-lo para o novo dono. A venda em si pode ser feita da forma que você quiser, seja para um conhecido ou usando um site de vendas de usados ou uma rede social.

Como alternativa, você pode doar a máquina de cartão para uma instituição de caridade, religiosa ou até mesmo um novo empreendedor que precisa receber cartão, mas ainda não pode arcar com o custo de compra da maquininha de cartão.

É preciso apagar os dados?

Isso é outra questão que você precisa verificar com o fornecedor da maquininha de cartão. Os modelos mais novos, como PagSeguro,  Ton, SumUp e Mercado Pago, não costumam armazenar dados.

Por conta das normas internacionais de segurança, todos os dados da venda são criptografados e não são armazenados no aparelho. Essa questão é especialmente verdade entre aqueles que funcionam por meio de um aplicativo, como a Minizinha NFC e SumUp Top.

Mas, como essa é uma questão delicada, é sempre bom questionar o fornecedor, para saber se é preciso apagar algo antes da venda ou doação, ou destruir  a maquininha antes do descarte. E podem também haver implicações com relação à Lei de Proteção de Dados. Considere ainda que aparelhos mais antigos e tradicionais podem não seguir as normais mais recentes.

Por fim, verifique possíveis implicações contábeis ou ao seu inventário, tenha você decidido devolver, reciclar, vender ou doar a sua maquininha de cartão. É possível que essa ação afete o seu patrimônio, principalmente se o aparelho foi considerado como ativo imobilizado.