Receber cartão de crédito e de débito é fundamental para a grande maioria dos negócios atualmente. Mas muitos pequenos empreendedores ainda passam por dificuldades quando querem adquirir uma máquina de cartão.
Isso é principalmente verdade para aqueles que são pessoas físicas ou MEI por conta da falta de informações claras sobre o processo de compra ou aluguel.
Há diversas formas de obter uma máquina de cartão. Você pode fazer isso como pessoa física ou jurídica, com ou sem conta bancária, e fazendo a solicitação online, presencialmente ou por meio de terceiros. E também há diferenças entre o que é solicitado pelas empresas tradicionais e as marcas sem aluguel.
Assim, em linhas gerais, vamos explicar como e onde adquirir uma maquininha de cartão, qual a documentação necessária e o que mais você precisa saber antes de solicitar a sua.
Onde adquirir uma maquininha de cartão
Há diversas formas de comprar uma maquininha de cartão hoje em dia. Você pode fazer a solicitação pela internet, acessando o site da empresa, pode ir até uma loja física e até comprar na mão de revendedores e terceiros.
Porém, nem sempre todas essas opções estão disponíveis. Cada fornecedor decide a forma de aquisição do produto. De qualquer forma, vamos ver como cada uma delas funciona a seguir.
Opção 1: Pedir pela internet
Você poderá pedir uma maquininha de cartão online, desde que a empresa permita a compra pela internet. Esta é a forma mais comum entre os melhores fornecedores hoje em dia. O passo a passo é o seguinte:
1. Você acessa a página de compra por meio de um botão ou link, como os botões que você vê aqui no Mobile Transaction (imagem a seguir).
Você clica no botão para acessar o formulário de compra da Moderninha Plus
2. Em seguida, você preenche um formulário. Você precisará informar se fará a compra como pessoa física ou jurídica. Em seguida, haverá uma tela para você escrever seu nome, endereço completo, celular ou outro telefone de contato, e-mail e CPF ou CNPJ.
Em muitos casos, é possível criar uma conta digital, a qual permitirá o controle e acompanhamento de suas vendas com a maquininha de cartão. Nesse momento, ou posteriormente, pode ser solicitado que você crie uma senha de acesso para aumentar a segurança das transações financeiras.
Caso a empresa exija conta bancária, os dados desta serão solicitados. Do contrário, pode haver a opção de solicitar um cartão pré-pago gratuito.
Mercado Pago permite usar conta existente, Mercado Livre ou criar nova
Se você já tiver uma conta com o fornecedor da maquininha, talvez não precise realizar esse passo.
Isso pode acontecer, por exemplo, se você tiver cadastro no PagSeguro ou Mercado Pago para compra de produtos e agora quer comprar uma maquininha deles.
Apenas lembre de, depois, trocar o seu perfil da conta para “Vendedor”, se isso não acontecer automaticamente.
Você pode solicitar um cartão pré-pago grátis com a Minizinha NFC
3. Na hora de pagar pelo pedido da maquininha, podem ser oferecidas opções, como pagar à vista ou parcelar. Também pode haver mais de um meio de pagamento, como boleto, débito online, Pix e cartão de crédito.
Em muitos casos, é possível comprar com cartão de terceiros. Saiba também que algumas empresas param o processo no meio, pedindo que você aguarde o contato de um representante. Esse é o caso da Acqio.
4. Por fim, basta concluir a operação e aguardar pelo aparelho no endereço informado. O frete costuma ser grátis e o prazo de entrega pode ser 2 dias ou até 15 dias a depender da maquininha e da região em que você mora.
Opção 2: Comprar na loja física
Você também tem a opção de adquirir a sua maquininha de cartão em uma loja física, mas pode não ser tão simples assim. Poucas são as empresas com lojas físicas e você terá que comprar online mesmo.
Esse é o caso, por exemplo, da SumUp, PagSeguro e Mercado Pago, que só vendem pela internet. Ou seja, a compra presencial não é possível para algumas das principais empresas do mercado.
Imagem: © Cielo
Cielo é uma das poucas empresas com lojas fisicas
Quem mais costuma investir em lojas físicas são as empresas tradicionais, como Cielo. Mesmo a Rede tem poucas lojas físicas.
Outra opção nesse caso, é buscar atendimento em uma agência bancária da Santander (máquina Getnet), Itaú (Rede), Bradesco (Cielo) e outros. Mas você precisa ter conta com eles para isso.
Por outro lado, há empresas que só oferecem a venda presencial, como é o caso da maquininha da rede Atacadão e os modelos Sicredi.
Opção 3: Solicitar na mão de terceiros
Outra possibilidade é pedir a maquininha por meio de terceiros. Nesse caso, tome bastante cuidado.
Busque por representantes registrados para evitar golpes, ou acabar comprando um produto usado pensando que é novo. Entrar em contato com a empresa para verificar se a pessoa é mesmo autorizada a representá-la.
Sim, você também pode comprar de alguém que não é representante registrado. Mas o ideal é que seja alguém conhecido, de sua confiança.
E se decidir que vale a pena comprar usado, lembre que vocês devem cuidar juntos do processo de transferência da conta da maquininha para o seu nome. Este é feito por meio do suporte da empresa fornecedora. E lembre de testá-la antes de pagar.
Qual a melhor opção?
Onde e como é melhor pedir a sua maquininha é uma decisão sua. Mas considere os prós e contras de cada opção.
Comprar a maquininha pela internet é mais cômodo e prático, e você pode analisar ofertas sem um vendedor tentando convencê-lo do lado. E você terá mais opções já que um número maior de maquininhas está à venda online.
| Online | Loja | Terceiros | |
|---|---|---|---|
| Prós | Mais prático Mais opções Sem interferência do vendedor |
Contato físico com o aparelho Melhor negociação |
Contato físico com o aparelho Possível desconto |
| Contras | Sem contato físico com o aparelho Sem negociação |
Ampla interferência do vendedor | Menor segurança |
Já quem gosta de conversar com o vendedor e tocar na maquininha antes de se decidir, vai preferir se deslocar até uma loja física. Ou contatar um representante. As restrições nesse caso é que nem todas as marcas tem loja é você precisa encontrar um representante de confiança em sua área.
Por fim, comprar de terceiros é uma possibilidade, e que pode acabar gerando um desconto extra. Mas isso só deve ser feito entre conhecidos e atento às regras de transferência das empresas.
Documentação solicitada varia bastante
Cada empresa fornecedora de máquina de cartão determina que tipo de documentação vai solicitar. E muitas delas não solicitam nada inicialmente, você preenche um formulário com dados básicos, como CPF ou CNPJ, endereço e telefone e pronto.
Mas pode ser solicitado que você apresente os papéis para validação posteriormente. Estes variam para pessoa física ou jurídica, mas costumam ser focados na comprovação da atividade profissional e dos dados pessoais:
Comprovante de atividade profissional
Para evitar que o pagamento móvel seja usado em atividades criminosas, como venda de produtos ilegais ou lavagem de dinheiro, é comum que as empresas solicitem algo que comprove o seu ramo profissional.
E este documento pode ser os seguintes para pessoa física:
- Carteira de conselho profissional
- Registro de autônomo
- Contrato com a empresa de representação, no caso de vendedores porta a porta de empresas como Natura e Avon.
Outras opções podem ser aceitas a depender do seu ramo de atividade, como notas fiscais de compra e venda, fotos do ponto de venda, ou materiais promocionais, por isso vale a pena conversar com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa.
Já se você tem empresa constituída, precisará comprovar a existência regular da mesma, apresentando os seguintes documentos:
- Contrato Social ou Contrato MEI (para microempreendedor individual)
- Certificado de CNPJ
- Comprovante de endereço da empresa (o qual também precisa ter sido emitido há menos de três meses, e seguir as mesmas orientações ditas acima para o comprovante residencial)
Comprovantes de dados pessoais
Da mesma forma, para coibir o uso de identidades falsas, poderá ser solicitado algum (ou mais de um) dos seguintes documentos para comprovar que você existe e mora onde informou:
- RG, CNH ou RNE (para estrangeiros)
- CPF
- Comprovante de endereço
De um modo geral, o comprovante de endereço precisa ter sido emitido há pelo menos três meses, e ter o nome do titular, a data de emissão e o endereço na mesma folha.
Por conta disso, os documentos mais aceitos são contas de luz, telefone, cartão de crédito e correspondências bancárias com data.
Quem tem CNPJ só precisa apresentar os documentos a seguir de apenas um dos sócios, aquele que será o titular junto ao serviço de pagamento. São eles:
- RG, CNH ou RNE (para estrangeiros) do sócio titular
- CPF do sócio titular
- Cartão de CNPJ da empresa
- Comprovante de endereço comercial
No caso de pessoa jurídica, a conta bancária a ser informada precisa também ser de natureza jurídica. Mas não costuma ser preciso apresentar documentação apenas os dados.
Já se você quiser ter uma outra conta separada para o seu negócio, pode criar a conta digital (se disponível). Isto costuma ser feito baixando um aplicativo e seguindo as instruções da tela.
Contratar como pessoa física ou jurídica?
Se você contar com empresa constituída e também com um registro de autônomo, por exemplo, pode estar se perguntando qual dos dois deve usar para fechar com o seu serviço de pagamento móvel preferido.
Diante dessa situação, é importante lembrar que as taxas cobradas podem ser diferentes para pessoas físicas ou jurídicas.
Empresas têm poder maior de negociação e acabam conseguindo descontos e acesso a todos os modelos disponíveis. Por outro lado, precisam lidar com planos e contratos mais complexos.
| Pessoa física |
Pessoa jurídica |
|
|---|---|---|
| Prós | Acesso à conta digital | Melhor negociação Limites mais altos Mais modelos |
| Contras | Taxas podem ser mais altas Restrições de limite |
Taxas mais complexas |
Os limites de transação diárias e anuais também podem variar, já que é esperado que empresas faturem mais do que autônomos. Os limites de quem tem CNPJ são sempre mais altos.
Assim, PJ leva vantagem sobre PF em quase todas as situações. O único destaque é que nem todas maquininhas liberam a conta digital para pessoa jurídica. Mas a verdade é que empresas costumam ter uma conta bancária.
De qualquer forma, se o seu faturamento diário não é alto, a decisão final será uma escolha sua em termos financeiros.
E a máquina de cartão tradicional?
Para obter sua máquina de cartão de crédito tradicional, como Cielo ou Rede, você terá que passar por um processo mais complexo. Por cobrarem aluguel, elas costumam ter mais pré-requisitos e restrições.
A) Fazendo a solicitação
Em primeiro lugar, você terá que buscar pela melhor opção de contato e fazer a solicitação do serviço. Geralmente, você tem três opções:
1. Fazer o pedido online e aguardar contato do representante
2. Contatar um representante diretamente
3. Buscar um banco parceiro, como Itaú, Bradesco ou Banco do Brasil.
B) Apresentando a documentação
Cada empresa terá um procedimento específico a partir daí, sendo que umas são mais burocráticas que outras. Documentação será solicitada, mas esta também varia caso a caso. Em geral, é preciso informar o seguinte para passar pela aprovação de crédito:
- Dados da conta bancária
- Faturamento médio mensal
- Ramo de atividade compatível com o recebimento de cartões
- Apresentação comercial sobre a empresa ou serviço prestado
- Documentação completa e legalizada dos sócios e da empresa
- Infraestrutura necessária para o uso seguro da máquina
- Histórico de relacionamento com o banco (se for o caso)
Neste quesito, a Cielo tem sido mais flexível nos últimos anos e permite a contratação online, sem tanta burocracia. Mas você terá que aceitar uma das maquininhas e planos oferecidos pelo sistema. Se quiser negociar, deve contatar a empresa diretamente.
A Cielo também contava com a possibilidade de fazer cadastro sem conta bancária usando o cartão pré-pago da empresa. Esta opção não está disponível no momento.
C) Entendendo os custos
O valor a ser pago pela máquina de cartão não é unificado nem muito transparente. Em muitos casos, você só saberá o custo final ao certo entrando em contato com a empresa fornecedora.
Algumas empresas, como a Cielo e Rede, têm avançado neste quesito, oferecendo simuladores de taxas em seus sites e planos com e sem taxa de aluguel.
Via de regra, você terá que lidar com os seguintes custos:
- Taxa de adesão (entenda): a qual pode aparecer na forma de pagamento pela máquina em si.
- Taxa de aluguel: valor mensal pelo uso do aparelho
- Taxa de instalação: possível custo, mais comum entre modelos com fio e via linha telefônica.
- Taxas de transação: porcentagem cobrada sobre vendas realizadas.
Ainda que o descrito acima seja o mais comum, é possível que seja possível escolher entre comprar ou alugar o aparelho. A Getnet, por exemplo, oferece as duas opções atualmente.
Tudo isso será apresentado a você no momento da contratação. Mas podem haver outras taxas, como cancelamento, que nem sempre são informadas de imediato.
Todas devem constar do contrato que você irá assinar, mas este costumar ser complexo. O contrato da Cielo, por exemplo, tem mais de 150 páginas.
Para determinar os valores que você irá pagar, serão considerados o seguinte:
- Sua área de atuação
- Faturamento médio mensal
- Modelo de máquina de cartão
- Prazo de recebimento de saldos
- Seu tempo de presença no mercado
Também são oferecidos planos e taxas de antecipação, os quais variam de empresa a empresa.
Pessoa física pode adquirir uma solução tradicional?
Via de regra, a máquina de cartão tradicional pode ser adquirida por pessoas físicas cuja área de atuação seja compatível com pagamentos com cartões de crédito, como cabelereiros, taxistas e feirantes.
Modelos tradicionais exigem análise de crédito
No entanto, a burocracia envolvida pode ser maior do que a requisitada para empresas, com a documentação necessária variando individualmente e por ramo de atividade.
Você também poderá ter que enfrentar taxas mais altas e uma análise de crédito mais demorada, além de limites de transação.
Em qualquer caso, pode ser preciso apresentar alguma licença ou comprovação da atividade, por meio de registro profissional, notas fiscais, ou de autônomo, por exemplo.
Este mecanismo visa evitar o uso da máquina para lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.
